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terça-feira, 1 de maio de 2012

Carnival


                “O carnaval é do Brasil!” Até que ponto essa oração não se inverte? Até que ponto o Brasil deixa de ser tudo que pode ser para “ser carnaval”? E todas as outras maravilhas –e desgraças, permanecem cobertas pelo majestoso e colorido “manto-tudo-está-bem-se-o-povo-estiver-sambando”.

                Que o brasileiro esquece fácil, é fato, mas nada mais (in)apropriado do que o carnaval para lavar a nação –principalmente a carioca– com uma chuva de paetês e comas alcoólicos, plumas e acidentes de carro, sem esquecer das serpentinas e das drogas.

                Os blocos invadem as ruas e as escolas o sambódromo, mas quando o brilho chega a apoteose,  a quarta-feira de cinzas chega lavando o sangue do asfalto e o brasileiro (deveria) percebe que continua na mesma que estava quando o carnaval chegou, nada mudou.

                Mas a mídia que lucra com o espetáculo de brilho e falta de prudência, lembra apenas das melhores comissões de frente, e não dos milhares de gastos em uma festa, que poderiam estar sendo empregados nos hospitais, fazendo a festa daqueles que penam na tentativa de sobreviver ao (falido)sistema nacional.

                Entretanto, enquanto o samba tocar, o povo dançar, e os políticos se reelegerem, tudo vai estar bem, afinal, o povo que dorme, quer mais que o mundo se acabe em samba para poderem morrer dançando.

                Um aviso: se continuar o nesse ritmo de samba que está, esse desejo logo se realizará.


Colégio Evolução de Itaipuaçu
Professora: Carla Teixeira
Aluno: Lucas Calvet

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