“O
carnaval é do Brasil!” Até que ponto essa oração não se inverte? Até que ponto
o Brasil deixa de ser tudo que pode ser para “ser carnaval”? E todas as outras
maravilhas –e desgraças, permanecem cobertas pelo majestoso e colorido “manto-tudo-está-bem-se-o-povo-estiver-sambando”.
Que o
brasileiro esquece fácil, é fato, mas nada mais (in)apropriado do que o
carnaval para lavar a nação –principalmente a carioca– com uma chuva de paetês
e comas alcoólicos, plumas e acidentes de carro, sem esquecer das serpentinas e
das drogas.
Os
blocos invadem as ruas e as escolas o sambódromo, mas quando o brilho chega a
apoteose, a quarta-feira de cinzas chega
lavando o sangue do asfalto e o brasileiro (deveria) percebe que continua na
mesma que estava quando o carnaval chegou, nada mudou.
Mas a
mídia que lucra com o espetáculo de brilho e falta de prudência, lembra apenas
das melhores comissões de frente, e não dos milhares de gastos em uma festa,
que poderiam estar sendo empregados nos hospitais, fazendo a festa daqueles que
penam na tentativa de sobreviver ao (falido)sistema nacional.
Entretanto,
enquanto o samba tocar, o povo dançar, e os políticos se reelegerem, tudo vai
estar bem, afinal, o povo que dorme, quer mais que o mundo se acabe em samba
para poderem morrer dançando.
Um
aviso: se continuar o nesse ritmo de samba que está, esse desejo logo se
realizará.
Colégio Evolução de Itaipuaçu
Professora: Carla Teixeira
Aluno: Lucas Calvet
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